fotos e texto: gabriel rufo |
A queima
das cerâmicas aconteceu em Resende Costa, uma cidade no campo das vertentes,
Minas Gerais, com uma grande produção artesanal em tear, esse local se destaca
de maneira muito particular, mas, formando junto com Prados, Lagoa Dourada,
Coronel Xavier Chaves, Vila Santa Cruz, São João Del Rei e Tiradentes, um dos
maiores polos de produção artesanal do país, lugares que apresentam uma
produção específica. O ateliê Ricardo Lemos, foi o local desse encontro,
proposto pelo próprio artista e aceito pelo professor de técnicas de queima
Daniel Ferreira. É interessante, pois fiquei com a esperança, que existe a
possibilidade de se construir um forno de alta temperatura com um custo baixo,
pois o forno passou de 800 graus. Durante a queima no forno de barranco, fomos
identificando alguns problemas, ou melhor, coisas para se ajeitar com o intuito
de aumentar a temperatura dentro do forno. O mesmo foi escavado no barranco,
sendo fechado com adobes e pedaços de cupinzeiro. Esteticamente ficou lindo,
com uma porta de ferro e chaminé de manilha de cerâmica, aliás a mesma minúcia
que foi empenhada na construção do forno se mostra no ateliê, um espaço super
arejado e confortável, com um bela vista, espaços para modelagem e torno. Com o
ateliê e o forno a disposição dos alunos do Curso de Artes Aplicadas em
Cerâmica e a mobilha cedida pelo coordenador do curso Kleber Silva, iniciamos
essa queima e ao mesmo tempo aula.
Uma das coisa observadas, foi que a área
interna do forno é muito grande, e as peças disponibilizadas para queima não
foram o suficiente para encher o forno, isso contribui para a perda de calor,
pois se o forno estivesse cheio uma vez que as peças atingiram uma determinada
temperatura, isso mantém o calor no interior do forno. Outro problema
observado, e acredito que o principal, é o fato que a grelha de colocar lenha
ter um espaçamento muito largo, possibilitando o entupimento do braseiro, e
assim, dificultando a entrada de ar e impedindo o aumento da temperatura.
Segundo o professor Kleber Silva, uma outra questão que já foi resolvida dias
depois da queima, é a chaminé de tiro direto, ou seja em cima da câmara,
escoando rapidamente o calor e gastando mais lenha para se obter uma certa
temperatura. A queima à lenha é realmente um acontecimento, pois exige muito trabalho,
desde preparar a lenha, colocar as peças no forno e manter o abastecimento de
lenha que é constante, sempre observando o gráfico de queima, ou seja,
regulando a lenha e assim, mantendo a temperatura com a ajuda de um termopar.
Isso funciona muito bem em grupo. Depois de algumas mudanças no forno como a
construção de uma nova chaminé de tijolos, e uma nova grelha para o braseiro, o
forno promete chegar em alta temperatura. Uma nova queima já esta agendada e
promete surpreender as nossas expectativas.
"Agradecemos aos professores Kleber Silva e Daniel Ferreira, por todas as orientações, e ao nosso amigo gentil Ricardo Lemos, por abrir as portas de seu ateliê e nos receber tão bem."
"Agradecemos aos professores Kleber Silva e Daniel Ferreira, por todas as orientações, e ao nosso amigo gentil Ricardo Lemos, por abrir as portas de seu ateliê e nos receber tão bem."
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